SANTOS
Nada de Carrossel Caipira ou Trem Bala. Deu Santos mais uma vez na briga por uma vaga na final do Paulista.
Invicto há 15 jogos, o time superou a má partida e a pressão que vinha das arquibancadas no estádio Romildão, empatou em 1 a 1 no tempo normal e bateu o Mogi Mirim nas cobranças de pênalti para chegar novamente à decisão do estadual. Atual tricampeã, a equipe alvinegra tem a chance de alcançar um inédito tetracampeonato na era profissional do torneio. Agora o clube aguarda o vencedor do clássico entre São Paulo e Corinthians neste domingo.
Com Neymar anulado em campo e Montillo e Cícero sumidos, o Santos até teve o domínio inicial das ações, mas perdeu espaço e viu o Sapão tirar proveito do alçapão formado pelos torcedores para partir para o ataque. Aos 44 minutos do primeiro tempo, os donos da casa marcaram com o meia-atacante Roni depois de belo cruzamento de Val.
O empate santista veio somente aos 31 da etapa complementar, através do zagueiro Edu Dracena. Ele aproveitou bola levantada na área por Miralles após rebote.
Dono da terceira melhor campanha na primeira fase do estadual, o Santos deixa para trás a crise enfrentada no último mês e também as críticas a Neymar para brigar pelo título paulista a partir de 12 de maio. A segunda partida está marcada para o fim de semana seguinte, 19. O clube tem a vantagem de decidir em casa contra o Corinthians.
O jogo – A pressão das arquibancadas era toda em cima do Santos. Tentando conquistar o estadual pela primeira vez em sua história, o Mogi Mirim e seus torcedores criaram um clima de final para o jogo.
Mas quem acabou sentindo o ambiente foi o Sapão. O time da casa demorou a se encontrar em campo e esbarrava no nervosismo em seus ataques. Mesmo sem Neymar em grande dia, a equipe comandada por Muricy Ramalho tirava proveito e tinha quase toda a bola nos primeiros minutos.
Aos 3, o zagueiro Edu Dracena chegou perto de abrir o placar. Em subida na frente, ele recebeu passe de Miralles depois de toque de Montillo e cabeceou para grande defesa de Daniel.
Não bastasse o começo ruim de jogo, o Mogi ainda sofreu a baixa de um jogador com apenas 5 minutos. O lateral-esquerdo João Paulo sentiu lesão e deixou o campo chorando para a entrada de Juninho, volante, improvisado.
Os anfitriões se perdiam na reclamação à arbitragem e não conseguiam furar a retaguarda santista. Somente aos 19, o time ameaçou de verdade. Após desvio em cobrança de falta, Léo atrapalhou o goleiro Rafael e a sobra quase ficou com o Mogi. Renê Júnior fez o corte providencial. No lance seguinte, Roni enfiou para Caramelo. O lateral-direito cruzou rasteiro e Durval apareceu bem.
Até os 30 minutos, o confronto havia registrado apenas duas finalizações.
A partida ganhou em velocidade e os espaços surgiram na reta final do primeiro tempo. Um dos destaques do Mogi no campeonato, o volante Val aproveitou a maior liberdade. Ele recebeu sozinho no lado direito, parou e, praticamente como se estivesse cobrando falta, levantou para Roni subir e fazer 1 a 0 aos 44 da etapa inicial.
Na volta para a etapa complementar, o Sapão se manteve no campo de ataque e avançou a marcação para tentar encurralar ainda mais o Santos.
Quase deu certo. Aos 14 minutos, Val fez outra jogada individual e tocou para Henrique, que girou dentro da área e chutou para excelente defesa de Rafael. O lance despertou Neymar e companhia.
Depois de quase sofrer o segundo gol, o time alvinegro partiu para cima e obrigou o Mogi a recuar. Com mais espaço para trocar passes, a equipe fez valer a sua maior qualidade e finalmente iniciou o abafa na tentativa do empate.
Ainda batendo de frente com a barreira montada pelos donos da casa na defesa, o Santos recorria aos cruzamentos. Em um deles, Neymar cobrou falta e Cícero desviou para Daniel espalmar para o lado. Miralles evitou que a bola saísse para escanteio e levantou para que Edu Dracena empurrasse de cabeça, dentro da pequena área, para igualar em 1 a 1 aos 31 minutos.
Os times se revezaram no ataque nos últimos minutos, com o nervosismo tomando conta de campo. Ninguém conseguiu, no entanto, mudar o placar e impedir a cobrança de pênaltis.
O São Paulo manteve os nervos, foi melhor no tempo normal, mas a escrita segue de pé. Depois de empate em 0 a 0 nos 90 minutos, o Corinthians venceu nos pênaltis na semifinal do Campeonato Paulista e continua sem perder um mata-mata para o time tricolor há 13 anos.
A equipe do Morumbi largou melhor na partida, mas, com menos de 15 minutos, sofreu uma baixa. O atacante Osvaldo deixou o campo reclamando de dores na bacia e teve de ser encaminhado para exames no hospital. Ele pode ser desfalque contra o Atlético-MG, pela Libertadores.
O jogo pegado não favorecia a criação de chances. A grande oportunidade da etapa inicial acabou ficando com o time tricolor, em chute de Luís Fabiano defendido parcialmente por Cássio. Na volta para o segundo tempo, o Corinthians assumiu o controle do clássico, mas dependendo apenas de Emerson Sheik e Romarinho para chegar, esbarrava na defesa tricolor.
Mais tranquila em campo, a equipe levou a melhor na cobrança de pênaltis e contou com falhas de Paulo Henrique Ganso e Luis Fabiano para assegurar vaga na final.
O Corinthians folga na Libertadores durante a semana e retorna ao gramado para a primeira partida da decisão contra o Santos, apenas no próximo domingo. O São Paulo agora parte para mais uma decisão. O time visita o Galo na quarta-feira, pela Libertadores, para tentar reverter a derrota de 2 a 1 sofrida no jogo de ida e seguir adiante na competição.
O jogo – O São Paulo até tomou a iniciativa do jogo, mas não foi tão avassalador quanto na partida anterior, contra o Atlético-MG.
Logo aos 8 minutos, o time chegou pela primeira vez em falha do Corinthians. Carleto roubou bola na ponta esquerda e passou para Ganso. O meia encontrou Luis Fabiano, que cortou na entrada da área da área para bater forte. Cássio faz boa defesa, mas entrega o rebote no pé do lateral-esquerdo tricolor. Na sobra, ele teve o chute desviado por Paulo André.
Na sequência, em confusão no meio-de-campo com Wellington, Romarinho levou cartão amarelo por pisar nas costas do volante.
Com o clássico pegado, a equipe do Morumbi teve a sua primeira baixa com 10 minutos. Osvaldo não conseguiu se recuperar de pancada e, depois de voltar a campo, teve de dar lugar ao polivalente Douglas. O atacante foi encaminhado ao hospital com dores na bacia.
As entradas duras se seguiram, com o São Paulo mantendo a posse de bola, porém, sem a mesma força do início do jogo. Aos poucos, o Corinthians equilibrou as ações e manteve os donos da casa fora de sua defesa.
No fim do primeiro tempo, Luis Fabiano e Gil até balançaram as redes para São Paulo e Corinthians, respectivamente, mas tiveram os gols corretamente anulados pela arbitragem.
O time alvinegro voltou melhor dos vestiários e assumiu o comando da partida.
Ainda assim, faltava maior profundidade para converter a posse de bola em chances concretas. Tocando apenas de lado, a equipe aproveitou falha de Douglas para levar perigo ao gol de Rogério Ceni pela primeira vez.
Aos 12 minutos, Guerrero aproveitou bobeira do meia, puxou contra-ataque e encontrou Emerson Sheik. O atacante bateu bem e exigiu ótima defesa do camisa 1 tricolor.
Ao lado de Romarinho, Emerson era o responsável por conduzir os ataques corintianos. Com Paulinho e Danilo sumidos e Guerrero não acertando nada, Tite resolveu tirar o centroavante peruano para a entrada de Alexandre Pato. A alteração demorou a surtir efeito e, assim como na etapa inicial, a partida voltou a ficar amarrada.
A decisão acabou ficando para os pênaltis. Na hora decisiva, Ganso e Luis Fabiano pararam em Cássio e Corinthians levou a melhor mais uma vez. O São Paulo reclamou cobrança repetida pelo árbitro após cobrança de Pato defendida por Rogério.
FICHA TÉCNICA
SÃO PAULO 0 (3) X (4) 0 CORINTHIANS
Local: Estádio do Morumbi, em São Paulo (SP)
Data: 5 de maio de 2013, domingo
Horário: 16 horas (de Brasília)
Árbitro: Antônio Rogério Batista do Prado
Assistentes: Anderson José de Moraes Coelho e Ricardo Pavanelli Lanutto
Assistentes adicionais: Vinícius Furlan e Rodrigo Guarizo Ferreira do Amaral
Público: 29.475 pessoas
Renda: R$ 973.500,00
Cartões amarelos: Rafael Toloi (São Paulo); Romarinho, Emerson, Alessandro (Corinthians)
Pênaltis: SÃO PAULO: Rogério Ceni, Rafael Toloi e Jadson converteram; Ganso e Luis Fabiano desperdiçaram
CORINTHIANS: Douglas, Romarinho, Fábio Santos e Alexandre Pato converteram; Alessandro desperdiçou
SÃO PAULO: Rogério Ceni; Paulo Miranda, Rafael Toloi, Edson Silva e Carleto; Wellington, Denilson, Jadson e Ganso; Osvaldo (Douglas) e Luis Fabiano
Técnico: Ney Franco
CORINTHIANS: Cássio; Alessandro, Gil, Paulo André e Fábio Santos; Ralf, Paulinho, Emerson (Douglas), Romarinho e Danilo; Guerrero (Alexandre Pato)
Técnico: Tite
CORINTHIANS
Os próprios jogadores do Corinthians admitiram: a atuação do time na derrota dessa quarta-feira, para o Boca por 1 a 0, foi bem abaixo do que se esperava.
“Fica um gostinho amargo porque a gente sabe que poderia ter saído daqui com uma vitória, inclusive uma vitória boa”, disse o atacante Emerson. “Não lembro de a gente ter jogado tão mal diante de uma partida de tamanha importância antes. Não sei se foi o ambiente. Já jogamos aqui, já disputamos jogos tão competitivos, jogamos no Japão, jogos tão difíceis como o de hoje. Não foi a pressão de jogar aqui. A equipe foi muito abaixo do que produz. Difícil falar de favoritismo em Corinthians e Boca. Vamos jogar em casa com o apoio do nosso torcedor", completou.
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“Sabemos que fomos um pouco abaixo do normal. Acho que a gente errou muito passe, coisa que não erra. Tomou o gol e acabou dando uma osciladinha”, concordou o goleiro Cássio.
“Faltou tocar mais essa bola, ter posse de bola. Acabou tendo muito cruzamento na área, e a gente sabe que eles são bons na jogada aérea. No primeiro tempo fomos muito bem. No segun
do faltou criar mais chances”, analisou Danilo.
Todos os jogadores, no entanto, foram unânimes ao afirmar que
o Corinthians tem tudo para reverter a desvantagem no duelo de volt
a, dia 15 de maio, no Pacaembu.
“Não tem nada perdido. Vamos jogar com apoio do torcedor, no campo que estamos costumados a jogar”, declarou Emerson.
Cássio também confia na força do Corinthians no Pacaembu. Ele lembrou da vitória sobre os argentinos na final da Libertadores de 2012. “Lá quem tem que impor o ritmo é o Corinthians. A gente sempre foi muito forte em casa. Já fizemos 2 a 0 neles em uma final da Libertadores, por que não podemos repetir o resultado dessa vez?”
“Eles ganharam aqui, a gente tem condição de ganhar lá. Não vai ser fácil, eles vão estar fechadinhos, mas esperamos reverter”, disse Danilo.
GREMIO
O jogo de volta contra o Santa Fé, pelas oitavas de final da Copa Libertadores da América, será apenas no dia 16. Mesmo assim, o Grêmio viajará para Bogotá com bastante antecedência. Fora do Campeonato Gaúcho, o clube viaja para a Colômbia na quarta-feira que vem. A medida busca minimizar os efeitos da altitude de 2,6 mil metros da capital colombiana.
PALMEIRAS
A atuação consistente do Palmeiras no empate sem gols com o
Tijuana, na terça-feira, passou a impressão de que o time não sentiu as dificuldades de jogar em um campo de grama sintética, com perfil diferente até do piso do Nacional, clube onde a equipe treinou para se adaptar antes de viajar ao México. Mas os jogadores voltaram ao Brasil relatando os problemas vi
vidos no jogo de ida das oitavas de final da Libertadores.
LIGA DOS CAMPEÕES
Não bastou superar mais uma vez o time apontado como o melhor do mundo nos últimos anos. Não bastou não sofrer gols em 180 minutos de uma equipe tão poderosa, famosa por sua escola moderna e sem medo de atacar. LionelMessi não entrou em campo, é bem verdade, mas o Bayern de Munique nada teve a ver com isso. O "Super Bayern", como entoavam os alemães eufóricos nas arquibancadas do Camp Nou, humilhou o B
arcelona diante de sua torcida. Depois dos 4 a 0 no jogo de ida, há uma semana, os bávaros aplicaram um 3 a 0 sem dó nem piedade, nesta quarta-feira, para confirmar a óbvia e inédita decisão germânica na Liga dos Campeões.
A goleada foi construída com o talento do francês Franck Ribéry. Ele ditou o ritmo para o holandês Arjen Robben e o alemão Thomas Müller, héroi na partida de ida, deixarem os seus nomes no placar
. Ironicamente, Piqué, um dos únicos a se salvar do vexame do outro lado, marcou contra. Todos os gols saíram no segundo tempo.
O próximo adversário do time de Jupp Heynckes também será o último: o Borussia Dortmund, rival no sábado pelo Campeonato Alemão e também no dia 25 de maio, na finalíssima em Wembley, após garantir sua classificação diante do Real Madrid na última terça. Na atual temporada, o retrospecto é positivo para os bávaros, que já superaram os aurinegros nas quartas de final da Copa da Alemanha.
Em Londres, a tendência é que os dois contem com força máxima, já que nenhum atleta foi suspenso pelo acúmulo de cartões amarelos. Apenas Mario Götze, jovem craque do Borussia e já negociado com o Bayern, é dúvida por conta de uma lesão muscular sofrida na derrota para o Real, por 2 a 0, no Santiago Bernabéu.
Esta será a quarta final da Champions com equipes do mesmo país. Na temporada 1999/2000, o Real Madrid derrotou o Valencia por 3 a 0, no Stade de France. Na edição de 2002/03, o Milan superou o Juventus nos pênaltis, por 3 a 2, após empate por 0 a 0 em 120 minutos de partida no Old Trafford, na Inglaterra. Mais recentemente, em 2007/08, o Manchester United também precisou da disputa da penalidades máximas para ser campeão diante do Chelsea, ganhando por 6 a 5 após o placar de 1 a 1 ao fim da prorrogação, em Moscou.
Messi no banco até o fim